Santa Anarquia
 
 convido a fera  
 que mora dentro de mim
 para tomar chá com biscoitos
 
 a danada joga areia
 nos meus projetos de vida
 destrói  os castelos
 pisoteia e esparrama
 impede sonhos
 
 sua meta 
 é me transformar nela
 ser ela
 
 descubro em agonia
 que  ela sou eu
 desconfiada
 assustada
 pequena
 ferida
 
 quero o controle dessa criatura
 vira desumana  quando aflita
 carrega uma ironia perigosa
 impaciente 
 indomável 
 ansiosa
 
 ah essa outra é ardilosa
 desliza feito cobra
 se esconde atrás das portas
 entra nas gavetas
 usa como disfarce
 máscaras coloridas
 (e consegue)
 
 quando desperta 
 (é de repente)
 ninguém sente
 
 vira mulher poderosa 
 incendiando o que vê pela frente
 
 ou criança perdida
 que faz birra e chora
insuportável
e maldita 
 dá pena
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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