domingo, 15 de abril de 2012

acordei
menina faceira
pulando amarelinha
que consegue
enfim
chegar ao céu inteira

inclinada
na beira do lago
toquei de leve
em carpas coloridas
peixes dourados
avermelhados

dei boas risadas
sem maiores preocupações
deixando escapar borboletas
do ventre aberto

abri o baú esquecido
retirei meu cristal
empoerado
e levei ao sol
com velhos poemas
manuscritos
amarelados
papiros

descalça
caminhei entre as pedras
uivei andei de quatro
corri com lobos

hoje sou mulher
nada me perturba

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