domingo, 15 de abril de 2012

O Amante de Lady Chatterley

Lembro que era ainda adolescente, quando li "O Amante de Lady Chatterley" de D.H. Lawrence, e fiquei encantada.Poderia até citar como o livro que despertou minha sexualidade...
No meu entender, aquele Clifford cheio de vitalidade, que voltou para casa numa cadeira de rodas, era um verdadeiro hipócrita metido a moderno.
Me identificava com a solidão de Connie, que ficava isolada dentro de um enorme casarão ouvindo discos e tocando piano até altas horas da noite.
Até que passeando pelo campo, encontrou o caseiro da mansão se banhando - um torso esculpido de um Deus grego - e desejou aquele homem naquele instante.
E aquela imagem-tormento não saia do seu pensamento. Era uma mulher dividida entre o angelical e o animal da natureza encarnados no ser humano.
No filme, que também assisti muitas vezes, ela aparecia nua em frente ao espelho com um véu cobrindo o rosto e acariciando o próprio corpo, enquanto pensava nele.
A primeira vez que se amaram, foi no chão de uma cabana com urgência e sem tempo de se despir, tamanho era o desejo!
A partir daí, a paixão explodia debaixo das árvores. Era bom tocar nele... tanto que ela sentia vontade de chorar e apenas se consolava tocando seu piano...
Sonhavam ficar juntos para sempre. E essa promessa foi selada com pregos numa árvore. Ela seria apenas dele na floresta.
Na cabana do caseiro, amaram-se com delicadeza à luz de velas.
Tudo era real, o céu, a lua... E ela dançava nua sob a chuva que caia.
E ele cobria seus cabelos e corpo com flores do campo.
Aquela paixão toda encantou meu coração de menina e ficou marcado que na floresta ou em qualquer lugar, ela seria sua mulher para sempre. E esse amor foi coroado com flores no final.
Acho que toda mulher carrega pela vida, seu personagem marcante... e acredito que até hoje, se assistir ou ler o livro novamente, ainda vou suspirar por Mellors e o seu cachorro e desejarei ser Lady Chatterley.

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