quinta-feira, 29 de março de 2012

nonada



dentro da insônia
não suportei os mosquitos
e todas as confissões
ao pé do ouvido

encostada
no travesseiro
descobri que eram
apenas baboseiras
uma enxurrada
de asneiras

ensaiei uma reza
daquelas poderosas
mas não deu efeito
faltou a pureza
do nobre sentimento

não sou mulher fácil
nem oca
sofro quando os
amigos estão tristes
não sei
quem sou
nem ao menos
onde vou

adormeço dentro de mim
sensitiva até o fim
sei quem me ama
e quem me odeia

me cercam barulhos
palavras ditas ao léu
choro de criança
canto do canário belga
e nesse mundo
escuto tudo
(por vezes
nada entendo)

não vou me cansar
correndo
acelerando o processo
nem ficar parada
esperando por nada
o que tiver que ser
será
sem pressa
sem me esconder

mas já decidi
(firme e forte)
eu sou minha
única e total
prioridade

sinto que a vida danada
bate na minha porta
outra vez

seja bem vinda
vida bendita

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