hoje arranquei você
de mim
forjei teu funeral
com vestido negro
véu e sofrimento
 
disfarcei
sequei a lágrima
que caia de mansinho
com meu lenço
de cambraia
bordado 
as iniciais 
do teu nome
sentia o corpo leve
uma maluca vontade
de virar a mesa
ser livre
e voar
fechei os olhos
imaginando 
teu corpo 
inerte 
e orei
- aqui jaz
um perfeito idiota
que nunca soube
me fazer feliz
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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