sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

como uma noiva
sonhava com vestido branco
fantasiava ele chegando
andar decidido
olhar amoroso
coragem de guerreiro
fazendo a escolha fatal

onde morava a raiva
escolheu tecer paciência
engolia sapos por esse homem
insônia chá natural relaxante
buscava respostas no tarô
esperando o telefone tocar
a qualquer instante

(esperto como um lobo
farejava quando ela decidia
acabar com tudo)

decorava o texto do adeus
em frente ao espelho
com dignidade e frieza
mas ele aparecia
(ela já tremia)
subia um calor entre as pernas
se desmanchava ao mínimo toque
aquelas mãos tinham o poder
da leve tortura
perdia as forças
ficava tonta
sem vontade própria
matava aquela mulher forte
entregando tudo sem reservas

com o cheiro dele no corpo
sabia que o adeus
seria a solução
sua única salvação
dar o adeus também
seria morrer de amor
longe dessa perdição
e novamente chorou
abraçada ao travesseiro
triste final
de ser apenas
a outra

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