sempre os presságios
um provérbio mal escrito
no muro desbotado
ao som do violino
a borboleta de asa negra
entra pela janela aberta
voa voa e se debate assustada
com a porta que range
passos no meio da noite
de lua cheia
acorda o corvo pousado
no galho seco da árvore
pequenos sinos
e correntes se tocam
ao movimento da velha carruagem
que se perde na longa estrada
no circo abandonado
lona rasgada envelhecida
apenas goteira e tristeza
o palhaço em silêncio
solitário no picadeiro
aguarda o luto
da mulher de vestido negro
olhar gótico
encoberto por um véu
viúva do poeta suicida
do cabelo undercut
sem eira nem beira
passado ou futuro
a vida adormece
no manicômio mental
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