domingo, 29 de julho de 2012


sempre os presságios
um provérbio mal escrito
no muro desbotado

ao som do violino
a borboleta de asa negra
entra pela janela aberta
voa voa e se debate assustada
com a porta que range

passos no meio da noite
de lua cheia
acorda o corvo pousado
no galho seco da árvore

pequenos sinos
e correntes se tocam
ao movimento da velha carruagem
que se perde na longa estrada

no circo abandonado
lona rasgada envelhecida
apenas goteira e tristeza

o palhaço em silêncio
solitário no picadeiro
aguarda o luto
da mulher de vestido negro
olhar gótico
encoberto por um véu
viúva do poeta suicida
do cabelo undercut

sem eira nem beira
passado ou futuro
a vida adormece
no manicômio mental

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